As escutas telefónicas têm aumentado desde 2011, apesar de uma descida da criminalidade violenta e grave e da criminalidade geral. Este aumento de escutas parece estar associado ao incremento do combate ao crime organizado, em específico ao crime económico.
Em 2011, dava conta o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) que existiam 11.440 interceções, mas em 2014 o número aumentou para 13.353.
Os casos de corrupção, por exemplo, aumentaram 48,1%, no que concerne às fraudes, designadamente no Serviço Nacional de Saúde.
A bastonária da Ordem dos Advogados, Elina Fraga, explica ao Jornal de Notícias que o maior número de escutas está associado ao aumento do combate ao crime de colarinho branco.
“É preciso que as autoridades não se fundamentem apenas ou essencialmente nas interceções telefónicas, mas também noutro tipo de prova”, diz, explicando que estas devem ser bem fundamentadas.
Para evitar uma violação de privacidade, Elina Fraga indica que “deve existir um controlo muito rigoroso, para que surjam em processo apenas os conteúdos que interessem realmente”
Já a Procuradoria-Geral da República afirma que “não pode estabelecer-se uma relação direta entre os dados relativos à criminalidade em geral e os relativos às interações telefónicas”.