Leal da Costa respondeu com "humor negro", acusam médicos

Federação Nacional dos Médicos condena atitude do secretário de Estado da Saúde que perante imagens das urgências hospitalares nacionais disse que só tinha ficado com mais certezas de que os serviços de saúde estão a funcionar bem.

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Notícias Ao Minuto
20/04/2015 18:30 ‧ 20/04/2015 por Notícias Ao Minuto

País

Reação

No início da semana passada, a TVI divulgou uma reportagem que dava a conhecer as precárias condições de trabalho nas urgências hospitalares de todo o país. Em reação à notícia, Fernando Leal da Costa afirmou que esta apenas confirmar o facto de "os serviços de urgência em Portugal funcionarem muito bem". A Federação Nacional dos Médicos acusa agora o secretário de Estado da Saúde de "humor negro".

“É uma reportagem que só vem confirmar a opinião que tenho. É uma experiência que confirma que tem picos de afluência, como nós já sabíamos, durante a noite os serviços tendem a encher-se, durante o dia tendem a estar mais vazios, por força da própria orgânica do sistema”, afirmou Leal da Costa, acrescentando que aquilo que havia visto era “pessoas bem instaladas, bem deitadas, em macas com proteção anti queda, em macas estacionadas em locais apropriados [...] Vimos pessoas em camas articuladas, vimos pessoas com postos de oxigénio, vimos hospitais modernos, vimos sobretudo profissionais muito esforçados”.

Agora, e em moção, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) condena a atitude do secretário de Estado-adjunto do ministro da Saúde, que considera não serem "compagináveis com a decência e o respeito exigidos pelos doentes num Estado solidário e democrático”.

"As declarações de Leal da Costa só podem constituir uma peça de lamentável humor negro feita à custa dos cidadãos”, pode ler-se ainda na moção a que o jornal Público teve acesso.

Considerando que as imagens são uma realidade "bem conhecida dos profissionais que lá trabalham e que desesperam com as condições com que diariamente se confrontam”, a FNAM refere que ficou provado que “para que o sector privado e o sector dito social possam crescer é necessário delapidar o património do nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

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