Joaquim Barroca Rodrigues foi detido na quarta-feira e ouvido ontem por Carlos Alexandre. Ainda não se sabe qual será a medida de coação que lhe vai ser aplicada, mas os jornais nacionais dão esta sexta-feira alguns pormenores sobre a justificação de Rosário Teixeira para deter o vice-presidente e administrador do Grupo Lena.
Segundo se sabia até aqui, o grupo, no qual trabalhava também o amigo de Sócrates, Carlos Santos Silva, teria sido beneficiado em vários negócios. Por essa razão, teriam sido pagas ‘luvas’ ao antigo primeiro-ministro. Até aqui, a suspeita relativamente às transferências de dinheiro para o recluso 44 recaíam apenas sobre Santos Silva, mas a teia pode ser maior do que se pensava.
O Sol refere que Joaquim Barroca terá também sido responsável pela transferência de avultadas quantias de dinheiro para a Suíça. O administrador do Grupo Lena pagaria assim um conjunto de negócios de que se suspeita terem sido conseguidos através do pagamento de ‘luvas’.
Em causa, refere o semanário, estão obras como o Parque Escolar, a construção de autoestradas em PPP’s e o primeiro troço da linha de TGV, todos adjudicados diretamente ao grupo onde trabalhavam Barroca e Santos Silva. Além disto, o grupo ganhou ainda o concurso para a construção de 12.500 habitações na Venezuela, um negócio com um valor global de 900 milhões de dólares.
Assim, terá sido o pagamento de todos estes favores que terá levado à nova detenção.
O jornal i, por seu lado, refere que depois o Grupo Lena ter sido apontado em várias peças processuais como ‘corruptor’ de Sócrates, a análise bancária levada a cabo pela investigação mostra que Barroca Rodrigues transferia dinheiro para contas na Suíça em nome do amigo de Sócrates.
Tanto este jornal como o JN, dizem que as autoridades suíças, numa carta rogatória, comprovam na análise feita que também o vice-presidente do Grupo Lena teria acesso e possibilidade de movimentar as contas que alegadamente seriam de Sócrates. Na prática, Carlos Santos Silva e Joaquim Barroca Rodrigues teriam sido responsáveis pelo saldo contabilístico acumulado, que chegava, segundo noticiado anteriormente, a 23 milhões de euros.
Por fim, estará em causa a prática de atos de corrupção, sendo que José Sócrates é apontado como o facilitador de vários negócios milionários, justificando assim os montantes que lhe foram sendo depositados e ‘emprestados’, como alegou.