“Estamos a fazer um levantamento das escolas, mas pela amostra, para já, cerca de metade não tem condições para garantir as aulas, sem luz e sem água”, disse esta segunda-feira à agência Lusa o director do Agrupamento de Escolas de Marrazes, Leiria.
Sem fornecimento de água, a Escola Secundária Afonso Lopes Vieira, também ela localizada na freguesia de Marrazes, pondera suspender a actividade lectiva, aguardando apenas que a Câmara de Leiria ou os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento indiquem uma previsão para o restabelecimento do fornecimento de água.
“Para já, estamos a ter aulas, já que a energia regressou ontem [domingo], mas temos este problema novo que é a falta de água, que não nos permite assegurar a higiene nas casas de banho e a própria confecção de refeições”, explicou o director do estabelecimento de ensino, Pedro Biscaia.
Em reunião desde o início da manhã, os responsáveis da autarquia salientaram em comunicado que “a principal prioridade é a reposição do abastecimento de electricidade em todo o Concelho de Leiria, cujas estruturas ficaram fortemente danificadas, estando a EDP a mobilizar todos os seus recursos de forma a garantir o fornecimento de energia no mais curto espaço de tempo possível”.
Uma prioridade explicada pelo facto de os cortes de energia terem provocado falhas nos sistemas de bombagem das captações e reservatórios de elevação de água, levando a que algumas localidades ficassem sem abastecimento de água.
No âmbito da protecção civil, foram mobilizadas as quatro corporações de bombeiros do concelho e trabalhadores do município de Leiria, a que se juntaram Juntas de Freguesia, particulares, empresas e elementos da Base Aérea n.º 5 de Monte Real, para proceder à limpeza das vias.
No distrito de Leiria continuam a existir concelhos afectados pela falta de energia, casos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Ansião, Leiria e Marinha Grande.
Em Ourém, a Escola EB2,3 de Freixianda encontra-se igualmente sem actividade lectiva devido à falta de energia, disse à Lusa o vice-presidente da autarquia.
“Esta situação está a afectar cerca de duas centenas de alunos, sendo que se o problema persistir está a ser equacionada a instalação de um gerador”, explicou José Alho.
O presidente da Câmara de Ourém convocou para hoje, às 17h30, uma reunião de emergência com todas os representantes das “juntas de Freguesia, Assembleia Municipal, serviços do município e das empresas municipais, Segurança Social, autoridades da Administração Central e Regional, EP, EDP, PT, SUMA, SIMLIS, GNR e PSP, VEOLIA e bombeiros do concelho de Ourém de forma a estabelecer um diagnóstico sobre os prejuízos ocorridos e a apresentação de um Plano de Intervenção pós-catástrofe, numa metodologia idêntica à desenvolvida nos grandes incêndios de Setembro que ocorreram no concelho”.