Cáritas com falta de alimentos para compor cabazes para carenciados

A Cáritas de Beja tem falta de alimentos para os cabazes mensais destinados a famílias carenciadas, porque esgotou a maioria dos últimos doados, estando a recorrer ao Fundo de Emergência Social da diocese para comprar géneros "essenciais".

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Lusa
29/04/2015 10:38 ‧ 29/04/2015 por Lusa

País

Beja

"Desde finais de janeiro que a maioria dos géneros alimentares", excedentes da União Europeia e provenientes do Banco Alimentar Contra a Fome de Beja, doados à instituição para compor os cabazes, está "esgotada", disse hoje à agência Lusa o presidente da Cáritas de Beja, Florival Silva.

O responsável justificou a situação com o facto de os alimentos doados serem "poucos e aquém das necessidades" e os pedidos de ajuda serem "muitos" e terem "aumentado" devido à crise.

Por isso, explicou, a Cáritas está a recorrer ao Fundo de Emergência Social da Diocese de Beja para comprar alimentos "essenciais" e que faltam para compor cabazes para famílias "em situações de urgência e que têm de ser obrigatoriamente atendíveis".

"O primeiro passo é fazer triagem de urgências das urgências para atender os casos que não podem deixar de ser atendidos e não podem aguardar" e, para tal, a instituição está a recorrer ao Fundo de Emergência Social para comprar alimentos "essenciais" que faltam para compor cabazes, frisou.

Segundo o responsável, a falta de alimentos deverá ficar resolvida com a próxima distribuição de géneros alimentares do Banco Alimentar Contra a Fome de Beja, prevista para maio.

"Não é com muito frequência" que a Cáritas de Beja recorre ao Fundo de Emergência Social da diocese para comprar alimentos para os cabazes e só o faz "em casos pontuais e perante situações obrigatoriamente atendíveis", frisou.

Atualmente, a Cáritas de Beja, através do serviço de apoio social, fornece cabazes mensais com géneros alimentares a 66 famílias carenciadas do concelho, sobretudo numerosas e monoparentais ou em situações de desemprego ou baixos rendimentos.

Trata-se de um trabalho inserido na ação social da Diocese de Beja para "combater a fome" no concelho e "aliviar as carências alimentares" de famílias com dificuldades, disse Florival Silva.

Além de distribuir alimentos, a Cáritas de Beja, através do fornecimento de pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar, alimenta diariamente 39 pessoas no seu refeitório e 54 famílias na sua cantina social, onde, em 2014, foram servidas, respetivamente, 20.324 e 38.514 refeições.

Entre os utentes do refeitório e da cantina social contam-se desempregados, famílias carenciadas, beneficiários de Rendimento Social de Inserção, pessoas em situação de marginalização (sem-abrigo, ex-reclusos, toxicodependentes ou alcoólicos em recuperação), imigrantes e população flutuante do concelho.

A diocese criou o Fundo de Emergência Social em 2012 para a Cáritas de Beja ajudar famílias com dificuldades a pagarem despesas básicas em atraso, como prestações ou rendas de casa, contas de eletricidade ou mensalidades do infantário dos filhos.

Florival Silva falava à Lusa a propósito do seminário "Pobreza e inovação", promovido pelo Núcleo de Beja da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti Pobreza e que vai decorrer na quinta-feira, no auditório da Escola Superior de Educação da cidade.

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