Foi em novembro de 1755 que Lisboa foi abalada pelo sismo mais violento de sempre. A escala de Ritcher apontou uma magnitude de 8,7, superior ao sismo sentido no passado fim de semana no Nepal, que provocou a morte a mais de quatro mil pessoas.
Tendo já acontecido uma vez em Portugal é expectável que se repita. Mas será que estamos preparados para uma catástrofe desta dimensão? Segundo o jornal i, os peritos são unânimes.
Tem havido muito trabalho de estudo, regulamentação de construção e preparação de planos de emergência nas regiões de maior risco: Lisboa e Algarve. Contudo, os peritos mostram-se preocupados no que concerne à fiscalização das obras e à sensibilização da população.
Desde o sismo de 1755 muito mudou, desde a construção antissísmica à capacidade de monitorização.
O chefe de divisão de geofísica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, Fernando Carrilho, explica que o sismo de 1755 funciona como referência. Ao todo há 50 estações sísmicas no país e todos os anos são registados em média mil sismos, sendo que apenas cinco ou dez são sentidos pela população.
Estima-se que os sismos aconteçam a cada três mil anos, na mesma zona. O chefe do Comando de Operações Nacional de Socorro da Proteção Civil, José Manuel Moura indica que a situação é gerida a nível local, regional ou nacional, consoante a intensidade.
A atuação está mesmo planeada a nível do concelho, por exemplo, se os meios de socorro estiverem inoperacionais em Alenquer, cabe aos bombeiros e outras forças de segurança da Batalha atuarem. No caso de Lisboa seria Leiria a fornecer o apoio.
Há ainda simuladores que permitem prever o número de vítimas e danos nas diferentes zonas.
Quanto à sensibilização da população, tem-se investido nas escolas, mas ainda assim é necessário estar “permanentemente em atualização e treino”.