O adepto ontem agredido por um agente da PSP prestou declarações aos jornalistas, à saída do Tribunal de Guimarães, contando o que aconteceu no final do jogo que fez do Benfica campeão nacional pela 34ª vez.
Na sua versão dos factos – que não coincide em todos os aspetos com aquela que foi apresentada pelas autoridades – não existe referência a palavras hostis ou a uma cuspidela, como consta do auto da detenção.
José Magalhães negou mesmo ter cuspido sobre o polícia, contra quem assume vir a apresentar queixa.
“Depois de passar para as galerias de acesso às portas de saída para sair do estádio, aguardamos o tempo que foi possível (30 a 40 minutos). Não aguentei mais porque tinha um miúdo com nove anos com sinais de perturbação e desidratação”, começou por contar aos jornalistas.
“Os adeptos facilitaram a saída e quatro agentes, na porta do lado de fora, permitiram-me sair de forma afável e compreensível”, prosseguiu, dizendo que uma senhora lhe deu uma garrafa de água para que pudesse dar à criança, no lugar retratado no vídeo.
Nesse momento, o agente ter-se-á dirigido à família, questionando a sua presença naquele local. “Perguntou-me porque é que estava ali e porque é que tinha trazido os miúdos ao futebol, quando já sabia com o que podia contar. E de um momento para o outro dou por mim com ele em cima de mim à bastonada”, revelou.
Questionado sobre a sua reação perante a abordagem do polícia, José Magalhães respondeu: “Algum dia eu ia faltar ao respeito à autoridade? Foi uma injustiça o que me foi feito”.
Já em relação à tese de que cuspiu no agente, garante: “Isso é completamente falso”.
O Ministério da Administração Interna adiantou, entetanto, que vai abrir um inquérito ao sucedido e que o polícia já foi identificado, tendo sido instaurado um processo disciplinar.
[Notícia atualizada às 15h00]