Podia fazer-se mais e melhor "com menos recursos"

Um estudo sobre gestão de incêndios em Portugal conclui que "uma presença equilibrada e articulada" entre a prevenção e o combate é "fundamental para fazer mais e melhor e, eventualmente, até com menos recursos do que os aplicados hoje".

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Lusa
20/05/2015 11:59 ‧ 20/05/2015 por Lusa

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Incêndios

A gestão de incêndios em Portugal depende de uma política de articulação e coordenação entre a prevenção e o combate "muito maior" - esta é a principal conclusão do projeto FIRE-ENGINE, enquadrado no programa MIT Portugal e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

A análise parte da convicção de que os incêndios florestais são "uma ameaça significativa" e que em Portugal, as consequências dos incêndios têm sido "graves", tanto em termos de área florestal ardida, como em perdas diretas totais e despesas em prevenção e supressão.

"Há diferentes desafios na gestão de incêndios no país porque as regiões de Portugal não são uniformes", analisou o coordenador do FIRE-ENGINE, João Claro, do Instituto de Engenharia e de Sistemas e Computadores (INESC TEC) que, com o Instituto Superior de Agronomia, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o grupo Portucel Soporcel e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), completa o leque de investigadores.

João Claro explicou que ao longo dos quatro anos de desenvolvimento deste projeto têm vindo a ser feitos estudos e "pilotos" (testes no terreno) com ferramentas de simulação.

Na prática, descreveu o coordenador, alguns dos simuladores "têm informação relativa à geografia, vegetação e meteorologia", logo "permitem simular a propagação do incêndio".

"Conseguimos ter um entendimento de onde é mais crítico colocar os meios de combate no sentido de conter o incêndio, ou fazer limpeza de combustível para reduzir o risco. Por exemplo, é útil estudar cenários de evolução da meteorologia para perceber como o incêndio se pode propagar", descreveu.

Em cenários de combate, os "pilotos" foram feitos em incêndios "já com alguma dimensão" em que "há uma gestão mais complexa no terreno", recorrendo a ferramentas dos serviços florestais americanos, as quais estão a ser trabalhadas pela equipa do FIRE-ENGINE de forma a serem "adaptadas" à informação e metodologia dos cenários nacionais.

João Claro espera "a curto/médio prazo" ter as ferramentas do projeto a ser usadas pela Proteção Civil ou o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, bem como pelos gabinetes técnicos florestais dos municípios ou em colaboração com as associações de proprietários florestais.

São objetivos do projeto - que foi apresentado no início deste mês a um público especializado, bem como a vários agentes ligados à proteção civil e em setembro/outubro será revelado ao público geral - "olhar para a gestão de incêndios numa perspetiva de sistema", ou seja "olhar de forma mais abrangente para o problema, considerando simultaneamente várias componentes como a prevenção, o combate e o planeamento".

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