Hoje, em declarações à Antena1, Rui Loureiro afirmou que "é sabido que a otimização de empresas públicas é sempre muito difícil, basta a contestação que se está a fazer a uma pequena reorganização que está a ser feita nos transportes de Lisboa, coisa que nunca se passaria, por exemplo, se fosse num privado".
Num comunicado publicado no seu site, a Fectrans considera que, "ao fazer estas afirmações, de imediato o presidente deve cessar funções, porque o que o move não é a defesa dos interesses do país e do erário público".
"Nas palavras do presidente das quatro empresas [Carris, Metropolitano de Lisboa, Soflusa e Transtejo], parece que é um crime lutar contra as decisões do Governo, afirmando que o objetivo da subconcessão/privatização é o de por termo às greves e não o de trazer qualquer melhoria do serviço prestado", lê-se na nota.
O presidente da Transportes de Lisboa afirmou ainda que as greves, como a de hoje no Metropolitano de Lisboa, "são greves políticas".
"Têm grande impacto nestas empresas porque são empresas públicas e as pessoas acham que podem lutar contra o Governo publicamente e politicamente através dessas empresas. Se as retirarmos da área do Estado espera-se que essa influência política diminua", disse.
A Fectrans sustenta que "o Governo, através do secretário de Estado [dos Transportes], tem que esclarecer se está de acordo com estas declarações e se, ao contrário do que afirmou ontem [na segunda-feira], também suporta a afirmação de que não estão feitas as contas dos ganhos ou perdas que a opção do Governo tem para o erário público".
Representantes da Fectrans estiveram reunidos na segunda-feira, em Lisboa, com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, a quem transmitiram "preocupações face ao processo de reestruturação em curso na Transportes de Lisboa ['holding' que administra o Metropolitano de Lisboa, a Carris e a Transtejo/Soflusa].
A Fectrans defende, por exemplo, que o processo de reestruturação "foi feito à margem da lei", já que "as comissões de trabalhadores das empresas deveriam ter sido ouvidas e não foram".
"Há uma lei para cumprir e não aceitamos que às Organizações Representativas dos Trabalhadores seja negada informação relativamente a algumas matérias", disse José Manuel Oliveira.
A Fectrans demonstrou ainda preocupação com a fusão das empresas e a redução de efetivos.