A médica que prestou declarações sobre o polémico transporte de uma doente conhecida do presidente do INEM, Paulo Campos, no helicóptero de emergência de Lisboa, tem sido afastada dos serviços que prestava e, em junho, haverá mesmo turnos sem médicos devido à sua ausência.
Margarida Celeiro dedicava-se, em exclusivo, aos helicópteros do INEM desde outubro do ano passado e todos os meses apresentava a sua disponibilidade antes da realização da escala. Este mês mostrou-se disponível para trabalhar todos os dias e noites mas não foi chamada.
Esta não é a primeira vez que a médica se depara com uma situação idêntica. Já na Operação Fátima, de apoio aos peregrinos, tinha sido convidada por um dos responsáveis, acabou por deixar as férias para regressar, e em cima da hora foi 'desconvocada'.
O Jornal de Notícias entrou em contacto com a profissional mas Margarida Celeiro preferiu não prestar declarações. Contudo, sabe-se que terá enviado uma exposição à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde a relatar o que se passou após prestar declarações aos inspetores que estão a investigar o uso inadequado do helicóptero.
Depois do caso e antes do início da investigação, Margarida Celeiro terá sido 'convidada' a ter uma reunião com o presidente do INEM, à qual não compareceu, e depois de ter pedido explicações sobre a Operação Fátima voltou a ser aconselhada a falar com Paulo Campos mas desconhece-se a marcação da reunião.