Passos Coelho tentava discursar quando vários clientes lesados do BES o interromperam. A confusão gerada pela manifestação não permitiu ao primeiro-ministro continuar o seu raciocínio, vendo-se obrigado a interromper o seu discurso.
Para contrariar esta situação, Passos Coelho fez um apelo: “Se os meus amigos concordarem que numa democracia se vive pela regra da maioria seria muito bom que aqueles que são a minoria respeitassem essa regra. Peço-lhes que esperem um bocadinho para que aqueles que estão a mais possam sair”, afirmou.
Os manifestantes acabaram por ser retirados da sala, uma vez que não estavam a respeitar o pedido.
Já tendo a palavra, Passos começou por recordar que esta sexta-feira faz exatamente quatro anos "que os portugueses escolheram nas eleições o Governo que pretendiam que conseguisse alcançar o objetivo de executar as condições do resgate financeiro a Portugal".
"Na altura pareceu claro que o povo português deu o mandato ao PSD e ao CDS para retirarem o país da bancarrota e devolver aos portugueses a possibilidade de escolher no futuro com autonomia", continuou sem interrupções.
Para o primeiro-ministro este "não é um tempo qualquer". "Muitas vezes habituamo-nos a achar que as coisas acontecem porque têm de acontecer. É bom ter consciência de que muito do que aconteceu a Portugal nos últimos anos não tinha necessariamente de acontecer. Tenho dito em varias ocasiões que fechámos o resgate há um ano atrás e isso não foi por acaso", frisou.
"Não foi porque deixámos correr o tempo. A nós foi-nos dado um tempo para resolver certos problemas. Ou eles eram resolvidos ou precisaríamos de mais tempo, mais condições e mais dinheiro. Se o dispensámos foi porque não deixámos o tempo fluir. A recuperação da credibilidade de um país demora tempo", garantiu.
Em jeito de conclusão, o primeiro-ministro explicou que "em Portugal nunca houve excedentes orçamentais. Todos os anos o Estado gastou mais. Sendo que o normal era mesmo aumentar a nossa dívida simplesmente porque se acreditava que para crescer e criar emprego o que era preciso era andar para a frente a gastar sem olharmos para o futuro".
[Notícia atualizada às 23h01]