José Sócrates acusou o juiz Carlos Alexandre e o procurador e Rosário Teixeira de tomarem decisões motivadas por “ressentimento” e “azedume”. "O poder que exerceram não foi o do direito, mas o da força", disse, acrescentando: "há excessos de força que só expõem fraqueza".
O comentário surge na sequência de uma questão colocada pela TSF e pelo Diário de Notícias, que procurava saber se o ex-primeiro-ministro compreendia a posição do Ministério Público (MP) de o manter em prisão preventiva após a recusa da pulseira eletrónica.
Em resposta, o recluso 44 redigiu uma carta onde critica veementemente a posição do Procurador da República e do Juiz de Instrução.
"O que considero extraordinário é que esse ressentimento resulte do facto de eu me ter limitado a exercer um direito que a lei me concede - dizer não a ser vigiado por meios eletrónicos. Como se, para estas autoridades judiciárias, o exercício legítimo de direitos constitua uma impertinência, um desaforo, um desrespeito para com a justiça”.
"Este despacho do senhor Juiz de Instrução e a promoção do Ministério Público a que dá seguimento são estranhos a essa cultura, pertencem a outra família, à da ordem, da submissão, da obediência - para ela, sim, os direitos existem, mas para serem utilizados com parcimónia, quando nós quisermos, quando nós dissermos, como nós quisermos, para o que nós quisermos", escreveu.