O administrador do Vale do Lobo, o resort de luxo algarvio que está na mira do Ministério Público relativa a suspeitas de branqueamento de capitais e fraude fiscal envolvendo José Sócrates, diz que ele e o empreendimento estão a ser vítimas de uma “cabala”.
Em entrevista ao Expresso, Diogo Gaspar Ferreira diz que não querer “servir de bode expiatório” na Operação Marquês e nega qualquer envolvimento nas alegadas transferências na Suíça de 12 milhões de euros, realizadas entre 2008 e 2009 pelo seu sócio e acionista do empreendimento, Hélder Bataglia.
“Não podemos confundir o Vale do Lobo com pessoas. O Vale do Lobo é uma empresa, tudo o que se passa lá dentro é feito com a maior das transparências”, disse.
Sobre o empresário luso-angolano Hélder Bataglia, o presidente do conselho de administração da Vale do Lobo Empreendimentos, diz apenas que não conhece “as dezenas de negócios que ele tem”, e garante ainda não terem entrado em contacto um com o outro. “Imagino que ele imagine que eu tenho o telefone sob escuta”.
O oitavo arguido no âmbito das investigações na Operação Marquês nega alguma vez ter conhecido Carlos Santos Silva ou José Sócrates. “Nem tenho grande apreço pelo senhor […] Parece-me estranho alguém que desempenhou cargos públicos levar uma vida faustosa”, comentou.