"A embaixada (de Cabo Verde) está a acompanhar de perto esta situação, nem tudo o que está a sair na comunicação social corresponde à realidade dos factos, porque a nossa perspectiva é de resolver. Estamos a tomar todas as providências necessárias em íntima articulação com a senhora para encontrarmos a solução para esta situação", disse hoje aos jornalistas José Maria Neves, chefe do executivo cabo-verdiano.
O processo da cidadã de Cabo Verde residente em Portugal foi sinalizado em 2007 e acompanhado desde essa altura pelo tribunal e pela Segurança Social.
De acordo com o Tribunal de Sintra, ao longo dos anos foram impostas várias condições à mulher, como vacinar os filhos, levá-los ao médico, manter condições de habitabilidade, prover o sustento das crianças, "dentro daquilo que é possível", com o apoio de toda a comunidade.
Finalmente, sete dos nove filhos foram retirados à mãe, por ordem do tribunal, por se ter recusado a fazer uma laqueação de trompas.
"Já temos os primeiros esclarecimentos em relação a esta matéria, é claro que não tem a ver com a lesão dos direitos humanos da senhora. Há outros aspectos sociais que devem ser considerados e é isto que está em causa. Teremos de apoiar a senhora para ter melhores condições sociais e de poder viver condignamente com os seus filhos", afirmou José Maria Neves.