Entre 2016 e 2017, o Estado vai desembolsar 3,3 milhões de euros em contratos com empresas privadas de segurança que, revela hoje o jornal i, vão fazer a vigilância dos edifícios onde estão instalados o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), os Serviços Sociais da PSP, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) e ainda a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
Para Acácio Pereira, presidente do sindicato dos inspetores do SEF, a celebração destes contratos trata-se de “mais uma privatização de um serviço que deveria ser do Estado”.
“O que faria sentido seria o SEF, que até é um órgão de polícia criminal, tratar da sua própria segurança”, acrescenta, lamentando que as verbas gastas com estas contratações não sejam antes aplicadas a “reais necessidades”, tais como a contratação de novos inspetores.
Quem também discorda de tal iniciativa do Ministério da Administração Interna (MAI) é Peixoto Rodrigues, o presidente do Sindicato Unificado da PSP: “O MAI continua a ter uma política despesista, contratando empresas privadas quando essas verbas deveriam ser aplicadas nas necessidades das forças de segurança”, explica o sindicalista.
De acordo com o jornal i, só os serviços de vigilância privada ao edifício do SEF terão um custo de 2,59 milhões de euros, enquanto o contrato relativo à vigilância das instalações da ANSR – que estão no mesmo edifício do SEF – irá custar 200 mil euros.
Garantir a segurança do edifício dos Serviços Sociais da PSP e das instalações da Autoridade Nacional da Proteção Civil terá um custo de 278 mil euros e 206 mil euros, respetivamente.