Miguel Sousa Tavares condena 'triunfo do porco'

O comentador Miguel Sousa Tavares satiriza as notícias sobre o pontapé dado por um militar da GNR a um porco que se passeava na A1, no âmbito do descarrilamento de uma viatura de transportes de animais, no passado sábado. “Quando estudei jornalismo, ensinaram-me que a notícia era se um porco agredisse um GNR. Agora, é o contrário. Não sei se é para rir ou para ficar assustado”, escreve Sousa Tavares num artigo de opinião que assina no semanário Expresso.

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Notícias Ao Minuto
04/02/2013 00:09 ‧ 04/02/2013 por Notícias Ao Minuto

País

Opinião

“O célebre descarrilamento dos porcos na A1, que motivou atrasos nos autocarros que traziam professores para uma manifestação e a consequente desconfiança de Mário Nogueira, com legítimas suspeitas de que porcos à solta na auto-estrada fossem a nova arma do Governo contra a contestação, ainda não parou de ser fonte de notícia”, começa por ironizar, Miguel Sousa Tavares, num artigo de opinião que assina no Expresso.

O comentador reporta-se, jocosamente, ao pontapé dado por um militar da GNR a um dos porcos que se passeava na A1 como um “acto bárbaro” que causou um “efeito viral e de protesto na blogoesfera”, assinalando que talvez o “criminoso” seja venha a “ser condenado a pagar ao porco uma indemnização por danos físicos e morais, nunca inferior a 50 doses de ração melhorada”.

E prossegue Sousa Tavares em tom crítico, “quando estudei jornalismo, ensinaram-me que a notícia era se um porco agredisse um GNR. Agora, é o contrário. Não sei se é para rir ou para ficar assustado”.

Para o comentador, há qualquer coisa de preocupante nesta santa aliança entre a democracia viral e a ditadura animal”, lembrando, neste contexto, o caso do cão Zico, que alegadamente terá morto uma criança de três anos, e o qual “motivou uma tremenda onda de bons sentimentos na net”, remetendo para o esquecimento o triste fado do menino que morreu.

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