“O célebre descarrilamento dos porcos na A1, que motivou atrasos nos autocarros que traziam professores para uma manifestação e a consequente desconfiança de Mário Nogueira, com legítimas suspeitas de que porcos à solta na auto-estrada fossem a nova arma do Governo contra a contestação, ainda não parou de ser fonte de notícia”, começa por ironizar, Miguel Sousa Tavares, num artigo de opinião que assina no Expresso.
O comentador reporta-se, jocosamente, ao pontapé dado por um militar da GNR a um dos porcos que se passeava na A1 como um “acto bárbaro” que causou um “efeito viral e de protesto na blogoesfera”, assinalando que talvez o “criminoso” seja venha a “ser condenado a pagar ao porco uma indemnização por danos físicos e morais, nunca inferior a 50 doses de ração melhorada”.
E prossegue Sousa Tavares em tom crítico, “quando estudei jornalismo, ensinaram-me que a notícia era se um porco agredisse um GNR. Agora, é o contrário. Não sei se é para rir ou para ficar assustado”.
Para o comentador, há qualquer coisa de preocupante nesta santa aliança entre a democracia viral e a ditadura animal”, lembrando, neste contexto, o caso do cão Zico, que alegadamente terá morto uma criança de três anos, e o qual “motivou uma tremenda onda de bons sentimentos na net”, remetendo para o esquecimento o triste fado do menino que morreu.