A cerimónia de homenagem, realizada no âmbito do Dia Nacional do Arquitecto (comemorado a 03 de Julho), decorreu na Casa das Artes, no Porto -- projeto da autoria de Souto de Moura -- e, na opinião do presidente da Ordem dos Arquitectos, João Santa-Rita, esta distinção "é há muito merecida", uma vez que as obras do arquiteto "fazem já parte do nosso património e da nossa história".
No final, em declarações à agência Lusa, Souto de Moura realçou que "a arquitetura é dependente das condições do mundo e da cultura e não é uma arte autónoma", uma vez que "está ligada à economia, à cultura, aos conflitos e às vicissitudes".
"Quando houver um período mais sereno e mais estável do ponto de vista económico, vai haver melhores condições de trabalho e outra arquitetura que será diferente desta a que eu fui habituado", afirmou, antecipando que "os arquitetos vão ter de construir uma nova disciplina".
Para o Pritzker 2011, a arquitetura deve, cada vez mais, socorrer-se de outras disciplinas e "trabalhar em conjunto", o que advoga ser "muito difícil" para os portugueses, que são muito individualistas.
"Ainda estamos muito ligados à imagem do arquiteto-artista na sua torre de marfim, e eu penso que isso vai acabar. Vem aí uma nova disciplina", antecipou Souto de Moura.
A apresentação do homenageado esteve a cargo do artista plástico Pedro Cabrita Reis, que considera Souto de Moura "um poeta que ocasionalmente também faz arquitetura".
"Este homem faz parte daquele conjunto de homens que constroem o mundo. Souto de Moura percorre o mundo e vai desenhando-se a si mesmo e a nós também", disse.