Na sequência do abalo de magnitude 3,2 que se fez sentir esta madrugada em Sintra e Cascais, o Conselho Português de Proteção Civil, através de comunicado enviado às redações, decidiu mostrar o seu descontentamento para com “a improficuidade das políticas de proteção civil religiosamente seguidas pelo Governo e pela Autoridade Nacional de Proteção Civil” e que geram bombeiros pouco preparados.
O resultado, defende, é um maior número de vítimas em caso de desastres naturais como este.
O Conselho aponta cinco grandes críticas, que considera mostrar a sua preocupação séria com a forma como os negócios das atividades de Proteção Civil e de Bombeiros são funestos à proteção e socorro das populações.
São elas: “a falta de preparação da população por parte dos serviços municipais de proteção civil em autoproteção; a falta de sistemas de aviso sonoro na linha de costa e a formação da população para saber como agir de imediato; a promessa não cumprida de constituição de uma unidade militar de ajuda de emergência que teima em não sair do papel; a falta de sistemas de difusão celular; e a inexistência de equipas locais voluntárias de proteção civil como reforço convergente da capacidade dos agentes de proteção civil e entidades com especial dever de cooperação”.
Neste último caso, a Proteção Civil aponta o dedo à ANPC e ao Governo, bem como a toda a estrutura de Bombeiros, pela sua tentativa de monopólio de toda a capacidade de resposta em socorro, “desperdiçando-se assim milhares de pessoas que estariam dispostas a colaborar nas operações de socorro, algumas das quais com excelentes competências para o efeito, mas que não desejam ser Bombeiros”.
Por estes motivos, o Conselho considera que em caso de catástrofes naturais mais fortes o país não se encontra preparado para fazer frente à situação.
Recorde-se que esta noite, pouco depois da meia-noite, um sismo de magnitude 3,2 na escala de Richter, com epicentro em Alcabideche, se fez sentir na zona de Sintra e Cascais, mas sem registo de feridos ou danos.