O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Rodrigues, comentou na RTP Informação a medida de coação aplicada a Ricardo Salgado. Prisão domiciliária, decretou o juiz Carlos Alexandre. Mas esta decisão poderá provocar alguns constrangimentos.
"É evidente que esta decisão tem um impacto na gestão da polícia. Temos poucos polícias em todas as esquadras do país. Qualquer alteração nomeadamente numa situação desta ordem obriga a deslocar elementos que estão num patrulhamento normal para única e exclusivamente fazer vigilância numa residência", afirma.
Paulo Rodrigues explica que esta medida não é prática e acaba por ficar mais dispendiosa. Em alternativa, o juiz Carlos Alexandre poderia ter aplicado a prisão domiciliária mas com recurso a pulseira eletrónica e não vigilância policial. No entanto, a vigilância policial serve também para garantir que Ricardo Salgado não entre em contacto com os restantes arguidos.
"Fica mais caro, não é tão prático e causa alguns constrangimentos. Estamos a retirar polícias para fazer serviço de posto fixo à residência de Salgado. Isto é reduzir a qualidade do serviço que prestamos aos cidadãos para fazer uma vigilância a uma residência. Estamos a dar menos importância àquilo que é o serviço quando há outros meios para o poder fazer", frisa.
Quando questionado sobre a pulseira eletrónica, Paulo Rodrigues indica que "é mais eficaz e mais barato. Pode controlar exatamente o local onde a pessoa se encontra".
"Esta medida vai sair mais cara em termos de esforço. No fim da linha acaba por sobrar para os agentes. Vão ter que ficar mais horas e acabam por sair prejudicados" garante.
Paulo Rodrigues indica ainda que para esta vigilância policial são necessários quatro agentes por dia e os turnos são de seis horas.