O documento, redigido pela investigadora Amrit Singh da Open Society Foundation (uma organização de defesa dos direitos humanos com base em Nova Iorque), revela que Portugal “permitiu o uso do seu espaço aéreo e dos seus aeroportos nas operações de rendição extraordinária da CIA”, identificando 115 paragens de voos secretos nos aeroportos do Porto, de Santa Maria e na base das Lajes entre 2002 e 2006.
De acordo com o i, o relatório refere mais de seis rendições extraordinárias que foram facilitadas sob jurisdição portuguesa, nomeadamente, as de Muhammad Farag Ahmed Bashmilah, Salah Nasser Salim Ali Qaru, Hassan bin Attash, Maher Arar, Abou Elkassim Britel e de outros “prisioneiros fantasma não identificados”.
Ana Gomes sublinhou ao jornal que estas informações não são uma novidade. Recorde-se que em 2007, a eurodeputada socialista enviou uma denúncia à Procuradoria-Geral da República sobre o caso, que conduziu à abertura de um processo, entretanto encerrado em 2009 por “falta de provas”. “Não há nada de novo neste relatório”, afirmou a eurodeputada, frisando que, “tal como os crimes do regime nazi, isto nunca será enterrado”.