Em causa, o facto de quatro mestrados de formação de professores não terem sido acreditados pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, mas ainda assim terem sido lecionados na referida escola, como avançou esta quinta-feira o Diário Económico.
Em declarações à TSF, o diretor da Escola Superior João de Deus garantiu que vai recorrer da decisão do Ministério da Educação que pediu ao Ministério Público que investigasse a escola por suspeitas de ilegalidades.
“O Ministério nunca tomou nenhuma decisão e agora vem dizer que cometemos ilegalidades. Durante estes dois anos tentámos, por três vezes, pedir audiências com o senhor primeiro-ministro para que se definisse um árbitro, uma pessoa isenta, para verificar se é verdade ou não aquilo de que estamos a ser acusados”, referiu Ponches de Carvalho.
O responsável pela escola disse ainda que existe um “relatório da Inspeção-Geral da Educação e Ciência onde é dada [em 2012] conta desta situação”.
“As inspetoras escreveram que os cursos não se encontravam ainda acreditados e nas recomendações que fizeram não é dito nada sobre o curso não poder funcionar”, revelou, acusando a tutela: “se o Ministério tinha um entendimento diferente deste podia tê-lo dito em 2011 e em 2012 e tínhamos de imediato encerrado o curso”.
“Mas só veio dizer em outubro de 20113 e o mais grave é que não deixa os alunos continuarem os seus estudos”, apontou.
Ponches de Carvalho garantiu que perante toda esta situação “o advogado [da escola] vai tentar impugnar esta decisão do secretário de Estado e tentar ver o que está na tal questão da falta de qualidade que vai ser enviada para o Ministério Público”.
Em jeito de lamento, o diretor afirmou que a escola já foi “julgada em praça pública”.
“E o pior é que os nossos alunos continuam a ser prejudicados sem haver uma condenação e sem a escola ter uma hipótese de se defender”, conclui.