"Não aceitamos. Os professores não aceitam mais carga horária. Não é possível", disse Mário Nogueira, durante uma conferência, em Lisboa, para apresentar as iniciativas da Semana de Luto e de Luta, que a federação vai promover de 18 a 22 de Fevereiro.
Segundo Mário Nogueira, os professores estão já no limite da capacidade de trabalho: "Não estamos disponíveis sequer para discutir um pagamento para estar lá até às 40 horas".
De acordo com Mário Nogueira, medidas como esta, o fim das reduções lectivas e o aumento da hora lectiva para 60 minutos permitiriam eliminar 30.000 horários de professores nas escolas.
"Na verdade o que está montado é para despedir e despedir muita gente", disse.
O dirigente da FENPROF apelou aos professores a participarem na 'Semana de Luto e de Luta', mas também nas manifestações que a CGTP vai promover em várias cidades.
O primeiro dia da semana vai ser marcado com uma concentração à porta do Ministério da Educação, enquanto nas escolas, serão afixadas faixas e cartazes com textos explicativos da luta dos professores, também dirigidos aos pais.
Aos docentes serão distribuídos autocolantes e tiras de luto para usarem ao longo da semana, durante a qual Mário Nogueira espera que possa ser discutido com os alunos os motivos das acções a desenvolver pelos professores.
A FENPROF vai ainda apelar aos professores para usarem roupa escura e realizarem acções próprias em cada estabelecimento de ensino, assim como manterem-se à porta das escolas durante os intervalos maiores.
Durante a semana, será divulgada e aprovada nas escolas uma posição para entregar no Ministério da Educação.
A situação no Ensino Superior vai ser objecto de uma conferência de imprensa no Porto, estando também prevista uma acção junto a um Centro de Emprego, em Coimbra.
A semana terminará com uma iniciativa, em Lisboa, sobre os horários dos professores.
A FENPROF tem já o congresso marcado para 3 e 4 de Maio, estando a ser ultimados os procedimentos para a eleição de 500 delegados pelos professores nas escolas.
O encontro vai decidir a política sindical da FENPROF para os próximos três anos e a direcção.