As escolas portuguesas irão receber 2.882 funcionários que serão responsáveis por vigiar os recreios e manter os espaços escolares limpos. Entre eles constam “licenciados e até doutorados”, segundo confirmou Filinto Lima, vice-presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), ao Público.
Contactado pelo mesmo jornal, Gaspar Vaz, diretor do agrupamento de escolas de Alcobaça, adianta que esta é “uma situação que não é nova”, lembrando que entre os 60 candidatos que já recebeu estão duas psicólogas e uma assistente social.
Tanto Gaspar Vaz, como Sérgio Afonso, diretor do Agrupamento de Escolas Gaia Nascente, não se mostram perplexos com a situação, até porque, nos últimos anos, ambos viram licenciados a trabalhar como assistentes operacionais, com Contratos de Emprego e Inserção.
“Neste caso estamos a oferecer ordenado mínimo, um lugar no Estado, que ainda vale alguma coisa, e um contrato de um ano, ainda por cima renovável. Infelizmente, basta isso para tornar estas vagas muito apetecíveis, mesmo para licenciados”, justifica Paulo Ribeiro, diretor adjunto do agrupamento de Escolas de Valbom.
Os diretores contactados pelo Público acreditam que não há inconvenientes em contratar licenciados, desde que sejam bons funcionários e cumpram as funções em causa. “Naturalmente o desejável é que pudessem fazer algo adequado às suas habilitações”, afirma o presidente da ANDAEP, ainda assim, são oportunidades que muitos se veem forçados a abraçar.