O Governo Regional da Madeira não tem noção da real dimensão do património imóvel que está em seu nome. Assim, Miguel Albuquerque, líder do executivo, deu início a um processo em que o principal objetivo é perceber o número de casas, onde ficam e rentabilizá-las para serviços públicos ou concessões, sendo que haverá uma renda paga ao governo regional.
O processo já está em andamento e os técnicos responsáveis depararam-se com situações estranhas, em que os imóveis não estavam nos registos patrimoniais. “Estamos a fazer um levantamento exaustivo de todos os imóveis do governo, a fim de lhes dar utilidade pública”, explicou Miguel Albuquerque ao jornal Público.
“Há casas encerradas em belíssimas zonas de montanha ou em zonas do parque natural que vão ser concessionadas para alojamento temporário dos caminhantes ou turistas”, adianta o líder do executivo da Madeira, revelando que há casas no Pico Ruivo, Rabaçal e Achada do Teixeira.
Trata-se de dezenas de imóveis, muitos deles encerrados e abandonados. Depois de feito um inventário, algumas casas serão vendidas em hasta pública e outras serão “reaproveitadas” para serviços públicos. Até ao momento, o levantamento já descobriu 18 prédios urbanos, um complexo habitacional e duas casas de férias, usadas pelo antigo presidente Alberto João Jardim e membros próximos do executivo.
“Era o absurdo a existência de duas casas de férias para o usufruto dos governantes no período de férias”, salvaguarda Albuquerque, acrescentando que “nas democracias modernas os membros dos governos eleitos gozam férias como os outros cidadãos, às suas custas”.