Os católicos não se devem “escandalizar” com a “balbúrdia” de opiniões de quem não professa a sua religião, defende João César das Neves. Até porque “críticas, ataques e manipulações fazem parte da vida da Igreja, em todos os temas, épocas e regiões. Tendo crucificado o Mestre, é normal que ataquem e censurem os discípulos”.
Num artigo de opinião hoje publicado no Diário de Notícias, o antigo assessor económico de Cavaco Silva salienta que “muitas das posições, bem ou mal-intencionadas, pretendem mudar a Igreja para a adaptar ao mundo. Ora isso é precisamente o inverso do que deviam, pois o propósito fundamental da Igreja é mudar o mundo”.
Por isso, “moldar os critérios da Igreja pela opinião pública, por muito popular que seja, é subverter a missão”. Por exemplo, discutindo o tratamento da homossexualidade ou o acesso à comunhão por parte dos divorciados recasados.
Assumindo que a tarefa dos participantes do Sínodo dos Bispos em Roma, que em outubro vai debater estas questões, é “intrincada e espinhosa”, João César das Neves defende que o papel dos fiéis “não tem dificuldade nenhuma”. “Devemos rezar com fervor pelos trabalhos e esperar” pelas conclusões. Depois da exortação publicada pelo Papa é só “seguir o Pastor”.
A sua opinião sobre o tema, contudo, fica implícita: “As consequências da mutação familiar afetam gravemente as sociedades, da demografia às finanças, da psiquiatria ao emprego, da assistência social à educação e saúde”, escreveu.