A partir de fevereiro, a Mata do Choupal vai ser o espaço educativo para crianças dos jardins-de-infância do Areeiro e dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC) quatro vezes por semana, durante oito semanas, num projeto-piloto desenvolvido pelo Centro de Apoio Social de Pais e Amigos das Escolas (CASPAE), disse à agência Lusa Emília Bigotte, presidente da instituição.
O projeto, de adesão voluntária, pretende que, "de segunda a quinta", um grupo de seis a oito crianças possa desenvolver atividades ao ar livre, numa oferta educativa complementar à educação escolar, evitando o "sedentarismo" e promovendo "a autonomia", sublinhou.
As atividades a desenvolver "não estão estruturadas", apesar de haver "uma forte componente educativa", que irá adotar-se "ao contexto" e "às curiosidades das crianças", frisou, acrescentando que às sextas-feiras as crianças voltam aos jardins-de-infância para "não perderem o vínculo" ao espaço.
Segundo a responsável, as crianças vão ser acompanhadas por duas educadoras com uma especialização feita na Dinamarca, contando a iniciativa com o apoio da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC) e da Universidade de Aveiro.
De acordo com Ana Coelho, membro da equipa coordenadora do projeto e docente na ESEC, os objetivos do projeto inscrevem-se, "por um lado, no âmbito de educação de infância, e, por outro, também há aqui preocupações ao nível da educação para a saúde e educação ambiental".
A docente recordou que estudos demonstram o pouco contacto que as crianças têm com espaços exteriores, "nomeadamente ambientes naturais", que podem levar "a um modo mais sedentário de vida", sobrepeso ou imaturidade "na dimensão psicomotora".
O projeto deverá decorrer até ao final de junho, envolvendo dois a três grupos crianças dos três aos cinco anos nesta fase do projeto, que também tem como objetivo "trabalhar com as equipas educativas e instituições a que estas pertencem, de forma a tentar uma construção de boas práticas nas próprias instituições e afetar positivamente outras crianças que não participam no projeto".
Depois desta fase experimental, as entidades envolvidas no projeto pretendem alargá-lo "a outras instituições da rede de educação pré-escolar" e ao 1.º ciclo do ensino básico do concelho.
Tal vontade depende "do acesso a financiamento", explicou Ana Coelho, referindo que estão a ser organizadas "candidaturas a financiamento", nomeadamente dentro do quadro comunitário Portugal 2020.
A iniciativa conta ainda com a ajuda da ESN (Rede de Estudantes Erasmus) de Coimbra, que juntou estudantes Erasmus para restaurarem uma casa devoluta do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que vai servir de casa de apoio ao projeto.
Segundo Suse Mariz, da ESN Coimbra, foram reunidos mais de 50 estudantes Erasmus que vão ajudar a limpar o meio envolvente e a pintar o interior da casa.
As atividades de restauro começam hoje e terminam a 07 de novembro.