“O Estado dá a casa, dá a renda baixa e ajuda se precisam, mas tem de exigir que as pessoas dêem informações”, defendeu o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, durante a Assembleia Municipal que visava analisar duas propostas apresentadas pelo Bloco e CDU para serem revistos os recentes despejos de duas idosas de bairros sociais.
Mas, Rui Rio mostrou-se firme na sua decisão: “Não são capazes de entregar umas fotocópias, mas são capazes de dar entrevistas em directo, em Lisboa. E uma [das idosas] tem um filho que fala quase tão bem como eu. Tem de haver um limite”, rematou o autarca, citado pelo JN.
A oposição considera que a conduta da Câmara do Porto é “absolutamente desumana, sem fundamento legal e demonstrativa de crueldade social”, sublinhando que “a lei dá a ocasião [mas] está por discutir que lhe dê razão”.
A vereadora da Habitação, Matilde Alves, esclareceu que “a não entrega de documentos é fundamento legal para o despejo” e que as duas idosas tinham conhecimento deste dever, tendo sido notificadas cinco vezes, três das quais “presencialmente”.
Mas, “desde Fevereiro de 2010, nenhuma se dirigiu à autarquia para pedir ajuda”, acrescentou a vereadora.