Portugal é um país de emigrantes é expressão que já todos ouvimos entre nós. E é também uma realidade muito clara quando se compara com outros países europeus.
O Diário Económico dá conta dos números apresentados num estudo do Observatório da Emigração, que realça que mais de 20% dos cidadãos portugueses são emigrantes no estrangeiro.
A tendência no que à emigração diz respeito não é de hoje. Desde a II Guerra Mundial se verifica, aumentou particularmente nos anos 60 – altura em que Paris se destacava, como cidade ‘portuguesa’. Mas foi mesmo nos últimos anos que se notou nova aceleração nos números da emigração.
2013 e 2014, anos de austeridade sob patrocínio da troika, foram anos de autêntico fenómeno de emigração. Cerca de 110 mil saíram do país em 2013. E a tendência repetiu-se em 2014, algo que não era visto desde 1973, altura em que Portugal ainda vivia sob a égide do Estado Novo e decorria a Guerra no Ultramar.
De realçar também que a emigração aumentou em Portugal desde a adesão a União Europeia – sendo que convém não esquecer que há facilidades de circulação para cidadãos dos países comunitários.
Em termos de perspetivas futuras, o Observatório da Emigração não é particularmente esperançoso.
Como resposta ao fenómeno de emigração dos anos 60 e 70 surgiram ‘os retornados’. Centenas de milhares de portugueses voltaram das colónias para Portugal após o fim do Ultramar e da subsequente independência das ex-colónias.
Nesta altura, não há nenhum fenómeno semelhante em perspetiva que possa contrariar em grande escala esta emigração em massa.