O Observatório da Emigração ficou sem verbas uma semana após ter divulgado dados da emigração, pouco antes das eleições do passado dia 4 de outubro, avança hoje o jornal Público.
O relatório com os dados em causa estava pronto em julho mas o Governo quis que a sua publicação fosse adiada. Mas em setembro, o Observatório divulgou no seu site os dados que já conhecia desde julho.
O caso teve direito a destaque na imprensa e o Público, que na altura deu conta da publicação dos dados, revela agora como o protocolo existente foi denunciado por “quebra de confiança”.
Os números de emigração em causa mostravam que em 2014 a tendência para a emigração se mantivera. O fenómeno continuava a ser sentido, o que contrariava o discurso de campanha da coligação PSD/CDS, que defendia que ano já era de retoma.
Conta ainda o Público que o protocolo foi terminado formalmente pelo embaixador João Maria Cabral, o diretor-geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portugueses, que está sob a tutela direta do secretário de Estado das Comunidades, João Cesário.
Foi o reitor do ISCTE que recebeu a carta que punha fim ao protocolo estabelecido desde 2008 com o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, do Instituto Universitário de Lisboa.
Rui Pena Pires, coordenador científico do Observatório da Emigração, atribui o fim do financiamento do organismo que gere “exclusivamente” à “divulgação daqueles dados”.