Segundo o relatório elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Unicef, Fundo das Nações Unidas para a População e pelo Grupo do Banco Mundial, Portugal ocupa a 35.ª posição numa lista de 183 países, em que é analisada a evolução da mortalidade materna em 25 anos, entre 1990 e 2015.
Neste período, Portugal registou uma redução média anual de 2,1% da mortalidade materna, definida como a morte de uma mulher durante a gravidez, parto ou seis semanas após o nascimento.
Em 1990, ocorreram 17 mortes por cada 100 mil nascimentos, número que caiu para 15, em 1995, para 13, em 2000, para 12, em 2005, para 11, em 2010, e para 10, em 2015.
Os países que atualmente apresentam melhores indicadores são a Finlândia, a Grécia, a Islândia e a Polónia, com três mortes, por cem mil nascimentos.
Alemanha, Áustria, Espanha, Emirados Árabes Unidos, Holanda, Itália, Israel, Japão, Kuwait, Noruega, República Checa, Suécia, Suíça, Malta e Montenegro são outros países que apresentam, em 2015, menos de dez mortes por cem mil nascimentos.
A nível global, o documento aponta que o número de mortes de mulheres relacionadas com a gravidez caiu para quase metade no mundo, em 25 anos, mas apenas nove países, incluindo Cabo Verde e Timor-Leste, alcançaram os objetivos fixados pela ONU.
Segundo o relatório, cerca de 303 mil mulheres morreram em 2015 na sequência de complicações durante a gravidez ou até seis semanas depois do parto, contra 532 mil em 1990.
"Isto equivale a um rácio global estimado de 216 mortes maternas por 100 mil nados-vivos, menos 385 face a 1990", lê-se no documento.
Como parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio -- adotados em 2000 -- os Estados-membros da ONU comprometeram-se a reduzir a taxa de mortalidade materna em 75%, em 2015, relativamente a 1990.
Contudo, apenas nove países em todo o mundo cumpriram essa meta (Butão, Cabo Verde, Camboja, Irão, Laos, Maldivas, Mongólia, Ruanda e Timor-Leste).
A melhoria mais relevante no plano mundial foi sinalizada no leste da Ásia, onde o rácio da mortalidade materna caiu de aproximadamente 95 para 27 por cada 100 mil nados-vivos.
A África subsariana é responsável por duas em cada três mortes em todo o mundo.
No entanto, isso representa uma grande melhoria: a África subsariana viu as mortes maternas caírem quase 45%" durante os últimos 25 anos, refere o relatório.
"Garantir o acesso a serviços de saúde de elevada qualidade durante a gravidez e no nascimento da criança está a ajudar a salvar vidas", defende o documento.
A ONU definiu agora o objetivo de reduzir o rácio de mortes maternas para menos de 70 em cada 100 mil nados-vivos até 2030.