No espaço de duas semanas, quatro polícias puseram termo à vida, sendo que três deles pertenciam à PSP e um à GNR. O último caso ocorreu anteontem à noite, num parque nos arredores da esquadra de Águas Santas, na Maia.
A agente Ana utilizou a arma de serviço para dar um tiro no coração. Mas junto ao seu corpo foi encontrado um bilhete, avisando que não queria “polícias fardados no funeral”.
O jornal i apurou que a agente estava a atravessar um divórcio. Quem respondeu à ocorrência foi o seu ex-marido, que não sabia que o corpo era da sua ex-mulher. Ana, de 38 anos, deixou dois filhos menores.
Na véspera, outro agente da PSP havia cometido suicídio, em Tomar.
Só este ano já se contabilizam 12 mortes, o que está a gerar uma enorme preocupação dentro das forças de segurança.
O diretor nacional da PSP, Luís Farinha já convocou uma reunião de emergência com os sindicatos, agendada para esta sexta-feira. Ainda ontem, Luís Farinha enviou um email aos 23 mil polícias onde refere que a prevenção do suicídio dentro da instituição está a falhar.
“Não obstante os meios e mecanismos existentes e acessíveis a todos os polícias e as 10.500 consultas de avaliação psicológicas já realizadas, verifica-se que, infelizmente, continuam a ocorrer suicídios entre a nossa família policial”, pode ler-se no email.
Para Luís Farinha, é necessária uma “revisão dos mecanismos de prevenção existentes na PSP, tal como o “reforço da disponibilização de apoio psicológico e das ações de prevenção e formação” sobre o suicídio.
“O trabalho de prevenção e de referenciação de potenciais riscos é um trabalho de todos para todos e que juntos temos de desenvolver e a todos os níveis hierárquicos, facto que assume maior relevância pelas reservas que frequentemente existem em voluntariamente pedir apoio psicológico para expor problemas pessoais”, revela.