Entre 5 a 10% das crianças vítimas de abusos físicos e sexuais ficam internadas no hospital Amadora-Sintra, dias ou meses, mesmo depois de terem alta clínica.
Já depois de tratadas, estas crianças acabam por ficar internadas enquanto esperam que a Justiça lhes encontre um lar, indica a Rádio Renascença.
De 2012 a 2014, cerca de 10% das 108 crianças que deram entrada nas urgências hospitalares ficaram dias, semanas ou meses, enquanto aguardavam uma decisão, sendo que 85 são recém-nascidos e 23 têm entre três e cinco anos.
Um dos piores casos foi um menino portador de VIH e com paralisia cerebral. Depois de ter sido internado com suspeitas de ter sido agredido, o menino viveu cinco anos no hospital. Só mais tarde é que teve um lar com um casal sueco que o encontrou. “É o pior dos sítios para uma criança ficar, mas, por vezes, é a única solução”, refere a pediatra e coordenadora do grupo de proteção de crianças em risco no hospital, Helena Isabel Almeida.