O secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, deu uma entrevista ao jornal da plataforma sindicalista na qual frisou que a pretensão da coligação Portugal à Frente para o setor da Educação era a de “prosseguir, aprofundar e consolidar as políticas anteriores”.
“Esta seria a legislatura da consolidação de políticas devastadoras, por exemplo, para a Escola Pública de matriz democrática”, afirmou, acrescentando que o “programa estava construído sobre duas traves mestras: rever a Lei de Bases do Sistema Educativo e concretizar a reforma do Estado que, aliás, carecia da revisão da Lei para ser viabilizada”.
No que concerne diretamente aos professores, Mário Nogueira referiu que o programa do PSD e CDS “previa manter os problemas que criou ou agravou: a instabilidade provocada pela não vinculação ou pela ameaça da mobilidade especial; o alargamento dos concursos de base local, ou pela escola ou pela câmara; os cortes salariais, pelo menos até 2019, e o congelamento das carreiras; a iníqua PACC; os horários de trabalho que já ninguém aguenta e constrangem a atividade pedagógica dos docentes; também em relação à aposentação não existia qualquer abertura para negociar um regime excecional para os professores”.
Perante este cenário, as expectativas relativamente ao novo Executivo, que na quinta-feira tomou posse, são “positivas”, embora “dependam de três condições que deverão verificar-se”.
E estas condições, referiu, passam pela “competência da FENPROF para apresentar propostas, pela abertura do Ministério da Educação e do Governo para a negociação e também pela capacidade da FENPROF para agir e lutar pela obtenção dos objetivos fixados”.
Sobre o ministro da Educação, Tiago Brandão, Mário Nogueira admitiu que lhe “falta experiência política e também na área da Educação (…), mas isso não é, necessariamente, um problema”.
“Poderá até ter a vantagem de não trazer consigo preconceitos, rotinas e vícios”, concluiu.