O novo Executivo que tem em António Costa o líder e na Esquerda o apoio parlamentar tomou posse há uma semana. Mas já tem muito trabalho pela frente.
Os sindicatos dos vários setores estruturantes da sociedade estão a pedir e a agendar reuniões com os ministros responsáveis pelas suas áreas, tal como dá conta o Diário de Notícias.
Para já há greves agendadas nos transportes públicos, mas a contestação pode chegar a outros setores.
Administração Interna
A PSP é a força de segurança menos contestatária uma vez que viu o novo Estatuto profissional aprovado o antigo Executivo. No entanto, assegura Paulo Rodrigues (Associação Sindical dos Profissionais de Polícia) tal não é razão para a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, se ‘encostar’ ao trabalho já feito pois “ainda vai a tempo de concluir, já neste mês de dezembro, todos os concursos que estão abertos há ano e meio para agentes principais e chefes principais”.
No que concerne à GNR, o nível de contestação é mais elevado. César Nogueira, líder da Associação dos Profissionais da Guarda, disse ao Diário de Notícias que a nova ministra tem “seis meses”, a partir de janeiro, para resolver a questão da ausência de um estatuto exigido pela classe.
Do lado do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras o discurso ainda é sereno. O sindicato dos inspetores disse ao DN que a maior reclamação prende-se com um “reforço do pessoal”, mas que ainda é cedo para falar de protestos.
Saúde
A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais já pediu uma reunião a Adalberto Campos Fernandes. “Esperamos uma reunião no início do ano. Se não acontecer iremos ter emoções fortes”, disse ao DN o sindicalista Luís Pesca. Em cima da mesa de discussão estarão temas como acordos coletivos nos hospitais-empresa, carreiras do INEM, técnicos auxiliares e superiores de saúde.
Do lado do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que irá pedir na próxima semana uma reunião com a tutela, o pedido é o de fazer regressar as parcerias público-privadas, as 35 horas semanais, a atualização salarial, a reposição das horas penosas e a contratação de mais enfermeiros.
Educação
Mário Nogueira, líder da CGTP, disse ao DN que o novo ministro deu “sinais que, ainda não sendo importantes, são interessantes”, referindo-se à extinção da prova dos professores e das provas do 4º ano.
Justiça
Os sindicatos dos magistrados do Ministério Público, dos juízes e dos funcionários judiciais já pediram reuniões a Francisca Van Dunem para discutirem a revisão dos respetivos Estatutos, a revisão do mapa judiciário, progressão da carreira dos funcionários e a contratação de novos elementos para os quadros.
Transportes
Este é setor mais contestatário, sendo que já estão agendadas greves para este mês. Os maquinistas do Metropolitano de Lisboa vão fazer greve às três primeiras horas de trabalho entre os dias 9 e 12 de dezembro. Do lado da CP destaque para a greve ao trabalho extraordinário, em dia de descanso semanal e em dia feriado, entre os dias 1 de dezembro e 2 de janeiro.