As expressões faciais e corporais são a chave para desvendar muitos crimes. Um perito que domine as micro-expressões dos indivíduos pode tornar-se uma importante ferramenta no que à solução de crimes diz respeito. Em Portugal, são raros os especialistas nesta área, mas existem, apesar de nenhum ser polícia o que se traduz numa ausência de 'caçadores de mentiras' no combate ao crime, escreve hoje o DN.
Um curso dado este fim-de-semana por formadores do grupo Paul Ekman, empresa que faz consultadoria para os argumentistas da série policial ‘Lie To Me’, ensinou os formandos a analisar a credibilidade das histórias contadas por suspeitos ou testemunhas de crimes. Para Ana Isabel Mota, neuropsicóloga, este curso revelou-se muito útil.
“O objectivo é analisar a credibilidade das histórias que nos contam. Não é detectar mentiras mas verificar se a história está a ser credível”, disse Ana Isabel Mota ao Diário de Notícias.
Portugal não tem qualquer 'caçador de mentiras', pois a polícia portuguesa não utiliza este tipo de análise para detectar mentiras nos discursos dos suspeitos ou testemunhas. Ana Isabel Mota considera que este 'update' seria "uma mais-valia, pois é fundamental fazer a pergunta certa no momento certo. Para a polícia seria uma ferramenta que tornaria os processos mais céleres, mais eficazes e credíveis”, explicou.
Para os organizadores do curso, que teve lugar no Instituto CRIAP, no Porto, os polícias não frequentam esta formação sobretudo devido ao elevado preço, que chega aos três mil euros.
O DN indica que do treino destes peritos faz parte a análise de sete expressões universais: surpresa, asco, felicidade, enfado, indiferença, medo e tristeza. O mesmo jornal acrescenta ainda que, com a prática, o perito passa a conseguir identificar 16 ou mais expressões faciais.
Refira-se que este curso irá repetir-se de 20 a 24 de Outubro de 2013, desta vez em Lisboa.