A morte de David Duarte, jovem que esperou dias por uma cirurgia no Hospital de São José, levou à demissão da então direção da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e do Centro Hospitalar de Lisboa Central.
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, teve então de proceder a convites para substituir os responsáveis demissionários.
Francisco Ramos, presidente do IPO de Lisboa, foi convidado para assumir a liderança do Centro Hospitalar de Lisboa Central, e Rosa Zorrinho para a liderança da Administração Regional de Saúde de Lisboa.
Depois do convite, Francisco Ramos decidiu construir a sua equipa, tendo pensado em convidar Isabel Fragata, líder do serviço de anestesiologia e dos blocos centrais, para diretora clínica do centro hospitalar.
A escolha não caiu bem junto de Eduardo Barroso, conselheiro do ministro, que decidiu intervir, tendo ameaçado demitir-se caso Isabel Fragata fosse a escolhida para o cargo.
“O dr. Eduardo Barroso achou que eu não merecia ser diretora clínica do hospital, possivelmente porque pensou que sendo eu uma mulher de decisão, poderia mexer nos serviços e ameaçar o seu status quo”, afirma a profissional ao jornal i. O seu marido também admite que existem rivalidades entre si e o diretor do Centro Hepatobiliopancreático e de Transplantação do Hospital Curry Cabral e que podem ter influenciado esta posição.
Segundo o i, a posição de Eduardo Barroso foi de tal forma vincada que dias depois de fazer o convite, Francisco Ramos teve de voltar atrás com o seu convite e de ligar a Isabel Fragata para retirar a proposta. E mais, o próprio presidente do IPO de Lisboa viu-se obrigado a recusar o convite do ministro da Saúde, que acabou por ser direcionado para Ana Escoval.
Para o Centro Hospitalar de Lisboa Central foi nomeado Sousa Guerreiro.