"A greve é para manter". A garantia é dada ao Diário Económico por Ana Avoila, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSFP).
Se "o Governo cumprir o que andou a dizer na oposição e na campanha eleitoral a propósito das 35 horas", colocar-se-á a possibilidade de desconvocar a greve agendada para o próxima dia 29 (sexta-feira). Mas "naturalmente [o Governo] tem de ter sensibilidade suficiente para perceber que o que propôs é o contrário do que defendeu".
A reposição das 35 horas ainda está a ser discutida pelos deputados, tendo o ministro Mário Centeno admitido que a entrada aconteça só em julho, a que se acrescentam mais 90 dias para a regulamentação da lei, calendário que choca o defendido pela Frente Comum.
"Isto significa que só vamos ter as 35 horas mais tarde, um dia destes", prevê Ana Avoila, insistindo que "o calendário de entrada em vigor a 1 de julho não é verdadeiro. É um engano muito grande o que estão a fazer aos trabalhadores".
Neste sentido, a sindicalista passa a 'bola' ao Governo sublinhando que "só não resolve o problema se não quiser". Para tal, explica Ana Avoila ao Diário Económico, basta deixar cair os 90 dias de regulamentação da lei. "Não queremos aquele prazo mas estamos disponíveis para discutir outro prazo", conclui.
Também hoje o deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro garantiu que "a medida será aplicada tão rapidamente quanto possível" e desvalorizou a greve, dizendo que "não há nenhum constrangimento [com a greve], os sindicatos estão no seu direito", mas em nada irá interferir no processo de discussão e de aprovação da proposta.
