No ano passado, a central de emergência "112" do distrito, gerida pela PSP, recebeu 113.975 chamadas, das quais 75.180 (65,9%) corresponderam a "comunicação de situações de emergência inexistentes" (falsas) e "utilização da linha telefónica para outros fins" (injustificadas).
Em comunicado, o Comando Distrital de Coimbra da PSP adianta que "os serviços mais solicitados" foram, por ordem decrescente, o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), com 31.770 chamadas, a própria PSP (3.365 ligações), o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS, 2.210) e a GNR (1.450).
"Estes números vão ao encontro da realidade do resto do país, em que diariamente são recebidas quase 25 mil chamadas, das quais cerca de 75% são falsas ou injustificadas", refere.
A nível nacional, 60% das chamadas "requerem a intervenção" do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), 30% das forças de segurança e 10% da Proteção Civil.
"Apesar da já longa vida do número europeu de emergência, não deixa de ser estranho que, ainda hoje, muitas pessoas liguem para a central de emergência a pedir contactos telefónicos ou informações sobre telemóveis e tarifários, outras para reclamar perante a Câmara Municipal por já ser dia e a iluminação pública ainda estar ligada e até para nos solicitar o serviço de despertar", lamenta a PSP.
Por outro lado, também "não são raras as chamadas de pessoas cujo problema é a solidão e que ligam, simplesmente, para conversar um pouco".
O número de chamadas falsas ou injustificadas "não deixa de ser significativo e preocupante, pela sua grandeza e pelo elevado impacto negativo que as mesmas produzem na prestação dos serviços de emergência e socorro aos cidadãos, consumindo e ocupando recursos, por vezes necessários para dar resposta a reais situações" de emergência.
Além de configurarem abusos de natureza criminal, punível cm pena de prisão, "estas práticas revelam (...) a falta de conhecimento do sistema e (...) a falta de civismo que urge combater através da pedagogia", defende a nota da PSP.
Esta polícia é responsável pela gestão e exploração da linha telefónica "112" no distrito de Coimbra, "nas componentes de atendimento, triagem e encaminhamento de situações que exijam o recurso": emergência médica (CODU), Proteção Civil (CDOS) e forças de segurança.