Durante a semana, as equipas serão fixas em cada centro hospitalar e, ao fim de semana, as equipas funcionarão rotativamente entre os Centros Hospitalares de Lisboa Norte (CHLN), Lisboa Central (CHLC), Lisboa Ocidental (CHLO) e Garcia de Orta (HGO).
O anúncio foi feito pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, e pelo coordenador nacional para a reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na área dos Cuidados de Saúde Hospitalares, António Ferreira, que explicaram que o pagamento previsto não implica mais encargos para a tutela.
Os profissionais terão um pagamento base de prevenção. Se forem chamados deixam de receber o valor de prevenção e pagam a ser pagos por ato, para toda a equipa, ou seja, por produção adicional realizada no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC).
Fernando Araújo explicou que esta solução foi encontrada pelos próprios profissionais e teve a supervisão do Ministério da Saúde.
Para o aneurisma da circulação cerebral, o modelo adotado será de colaboração entre as quatro instituições hospitalares para garantir assistência permanente, 24 horas sobre 24 horas: cobertura ininterrupta nos dias de semana, incluindo feriados, e escala rotativa ao fim de semana, com início, a 01 de fevereiro, no CHLO e seguida, em permanente rotação, pelo HGO, CHLN, CHLC.
No que respeita aos Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) isquémico, cuja terapêutica não exija trombectomia, os quatro centros hospitalares garantem assistência aos doentes através da Via Verde do AVC.
Caso seja necessária esta intervenção clínica (que, aplicada em tempo adequado, permite que não fiquem sequelas do AVC), as quatro instituições hospitalares asseguram a intervenção do foro da neurorradiologia de intervenção em colaboração com a neurologia/medicina interna e neurocirurgia através de escalas rotativas.
Nos dias de semana, essas escalas são garantidas pelo CHLN, às terças e quartas-feiras, pelo CHLC, às segundas e quintas-feiras, e pelo HGO, às sextas-feiras.
Aos fins-de-semana, será o mesmo modelo de rotatividade das equipas que está definido para os aneurismas.
Segundo o coordenador nacional para a reforma do SNS, são "centros fixos que respondem à procura, mas podem ser também equipas mistas que vão ao sítio onde está o doente, dependendo das características da especialidade envolvida e dos equipamentos necessários".
Fernando Araújo sublinhou que este modelo centralizado é "muito robusto", mas que é fundamental que todos saibam onde estão a funcionar as equipas em cada dia.
"Começando pelo INEM e acabando nos centros de saúde, todos têm de saber onde está a funcionar a resposta. É fundamental", afirmou.
O governante mostrou "confiança em que a resposta nesta área fica assegurada", de tal forma que se irá "de imediato iniciar a discussão de um programa para outras áreas críticas".
António Ferreira explicou que foram os próprios diretores clínicos dos quatro centros hospitalares a identificar as necessidades mais prementes e as três áreas em que vale a pena intervir, ou porque têm muita procura ou porque os recursos são escassos: gastroenterologia, radiologia de intervenção e cirurgia plástica e maxilo-facial na península de Setúbal.
Quanto às soluções para estas áreas, o Ministério da Saúde vai "deixar os profissionais encontrar as melhores formas, que nuns sítios será com equipas de prevenção, noutros em rotação e noutros equipas fixas", depende das necessidades de recursos humanos.
Esta é, de resto, a forma de trabalhar que os responsáveis consideram ser a melhor e a mais eficaz: pôr os próprios profissionais, que estão no terreno e conhecem as necessidades, a encontrar as melhores práticas, cabendo à tutela o papel de "ajudar".