"É evidente que é uma boa notícia, mas não chega por si só", disse Paula Teixeira da Cruz, ao ser questionada pelos jornalistas sobre o alargamento do prazo dado pela troika a Portugal, para resolver o problema da dívida.
A ministra contrapôs que "ainda há muito trabalho pela frente", e que ninguém deve esquecer "a forma como o País ficou, as dívidas que herdou", insistindo que "há muito trabalho a fazer".
Falando no final de um almoço oferecido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-espanhola, Paula Teixeira da Cruz reiterou que na sétima avaliação da troika a Portugal, não foi discutido "nenhum tipo de cortes" na justiça, mas apenas as medidas que constavam do memorando e que foram cumpridas.
Indagada pelos jornalistas sobre o atraso do Parlamento, em discutir e aprovar uma nova versão da lei do enriquecimento ilícito - diploma considerado pela ministra como essencial para combater a criminalidade económico-financeira -, Paula Teixeira da Cruz recusou a ideia de que o assunto tenha sido relegado para as "calendas gregas", justificando que "não controla a agenda" da Assembleia da República.
Questionada sobre se há falta de vontade política do Parlamento para avançar com o diploma do enriquecimento ilícito, para não "stressar" ainda mais o Tribunal Constitucional (TC), que tem ainda de decidir a questão do Orçamento do Estado, a ministra respondeu: "Não me parece que o TC seja ‘stressável’, nem que haja essa intenção".