No Reino Unido, que é atualmente o principal destino da emigração portuguesa, José Luís Carneiro desloca-se a Londres, Manchester e Wrexham entre sexta-feira e domingo, onde vai contactar autoridades locais e associações da comunidade portuguesa, segundo uma nota do gabinete do governante, hoje divulgada.
Neste país, o governante vai dedicar especial atenção à "nova vaga de emigrantes que saiu do país por causa da crise económica", constituída predominantemente por jovens adultos, indica o comunicado.
"Queremos partilhar com os jovens emigrantes que este Governo tudo fará para que o país volte a crescer e para que seja viável o regresso. Sabemos que muitos deles preferiam exercer as suas profissões em Portugal e o país, que fez um grande investimento na sua formação, muito gostaria de aproveitar estes recursos humanos", destaca Carneiro, na mesma nota.
O fluxo de emigração para o Reino Unido caracteriza-se por ter uma elevada percentagem de ativos com qualificações superiores. Em 2014 emigraram para aquele país mais de 30 mil portugueses, totalizando 175 mil cidadãos nacionais (mais 22,3 por cento do que em 2013), que constituem a sexta maior comunidade estrangeira.
Depois, o secretário de Estado dirige-se para a Bélgica, onde estará entre segunda e quarta-feira da próxima semana, realizando encontros com a comunidade portuguesa, eurodeputados, jornalistas, funcionários portuguesas das instituições, o burgomestre e o ministro de Estado Charles Picqué.
Na Bélgica, José Luís Carneiro quer acentuar a necessidade de as comunidades portuguesas aumentarem a participação cívica: "A maior participação eleitoral é o caminho a seguir para que as comunidades comecem a ser mais consideradas nos países de acolhimento", sustenta.
Segundo dados oficiais belgas, em 2014 viviam na Bélgica 41.199 portugueses, representando 05% do total dos cidadãos da União Europeia naquele país, sendo a sexta maior comunidade. A comunidade tem vindo a crescer "a um ritmo considerável", com mais de 3.500 novas inscrições no ano passado, principalmente de jovens qualificados, como engenheiros, médicos, técnicos hospitalares ou operadores de telecomunicações.
Entre os dias 18 e 19 de fevereiro, Carneiro estará no Luxemburgo, onde tem previsto contactos com as comunidades lusas e com os ministros do Trabalho, Emprego e Economia Social e Solidária e da Educação Nacional, Infância e Juventude.
O secretário de Estado vai destacar o ensino da língua portuguesa, usando o exemplo da Escola Internacional de Differdange, um estabelecimento do ensino público onde o português será um dos idiomas lecionados, sendo a primeira vez que tal acontece.
"Este é um dos grandes objetivos: incluir a língua portuguesa nos programas oficiais é reconhecer que ela tem um potencial de crescimento que não depende apenas da lusodescendência", considera o governante.
Na visita, Carneiro pretende também trabalhar na possibilidade de desenvolver "ações de cooperação com as autarquias luxemburguesas, no apoio aos emigrantes e na sensibilização para as condições laborais".
A 1 de janeiro de 2015, residiam no Luxemburgo 92.100 portugueses, mais 1.336 que em 2013. No grão-ducado, os portugueses representam 16,3% do total da população no país e mais de um terço dos estrangeiros, dados que não incluem os mais de 8.000 portugueses que têm dupla nacionalidade.
A comunidade portuguesa é uma das principais afetadas pelo desemprego, apesar de no ano passado a taxa ter diminuído.