"Não podemos transformar a escola em prisão para alunos"

A Fenprof reagiu, esta quinta-feira, ao anúncio do Executivo de prolongar o horário escolar do primeiro ciclo do Ensino Básico.

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Patrícia Martins Carvalho
11/02/2016 10:49 ‧ 11/02/2016 por Patrícia Martins Carvalho

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Fenprof

Mário Nogueira não se mostra contra a iniciativa do Governo, que considera uma “boa intenção”. Porém, adverte para os perigos que tal medida pode implicar, transformando-a numa “boa intenção que se não for acautelada pode dar uma má prática”.

“Já temos uma prática de prolongamento de horário nas escolas no primeiro ciclo com as chamadas Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC). Existe agora o perigo de a escola a tempo inteiro ser apenas um prolongar do AEC até ao 9º ano. E isso é mau”, explicou em conferência de imprensa realizada hoje em Coimbra.

O responsável sindical lembrou que a “escola pública deve poder dar às famílias a resposta social de que precisam, mas esta escola a tempo inteiro não pode passar por oferecer aos alunos mais aulas em cima de aulas”.

“Não podemos transformar a escola numa prisão em que os nossos alunos, depois de um dia de atividades letivas, tenham atividades que lhes ocupem o resto do dia e que sejam escolarizadas”, defendeu.

Até porque, frisou, o aumento do horário de atividades escolarizadas leva a “quebras de atenção, de concentração e até ao aumento da indisciplina”, um problema que começa a ocorrer muito cedo e que se arrasta por todo o percurso letivo dos alunos.

Além da questão social, uma escola a tempo inteiro acarreta também uma questão económica, pois, como lembrou Mário Nogueira, requer um “maior investimento”.

“Implica maior investimento porque significa ter outras pessoas que não os professores dos alunos e ter monitores de tempos livres que não são professores. Mas não só. Implica ainda ter outro tipo de espaços e materiais”, explicou.

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