O secretário-geral da CGTP foi o convidado desta quarta-feira do programa ‘Grande Entrevista’ da RTP 3, durante o qual fez questão de sublinhar que ser “sindicalista não é profissão”, mas sim uma “opção”.
Por isso, garantiu, se lhe perguntarem qual é a sua profissão irá responder sempre que é “eletricista”.
Porque é que decidiu seguir uma vida ligada ao sindicato? A resposta é simples: “servir os trabalhadores que represento”.
Deixando o passado para trás e concentrando-se no futuro, Arménio Carlos assegurou que não está nos seus planos ser secretário-geral do PCP.
“Não é admissível. A minha vida é na atividade sindical. Sou militante com muito orgulho no meu partido, mas não me estou a ver em funções que não sejam de responsabilidade no movimento sindical. É por aqui que estou, é por aqui que vou ficar”, vincou.
Ainda sobre a liderança do Partido Comunista Português, o sindicalista afirmou que “tudo indica” que Jerónimo de Sousa continuará à frente dos desígnios dos comunistas. “No próximo congresso creio que não haverá grandes alterações relativamente à liderança”, afirmou.
Ainda assim, e deixando bem claro que é “definitiva” a sua decisão de não ser “protagonista do filme da liderança”, Arménio Carlos defendeu que “há muitos outros camaradas que reúnem condições [para liderar o partido]”.
“E acima de tudo nós precisamos de rejuvenescer. Quando chegar a altura [de substituir Jerónimo de Sousa] o partido tem vários camaradas com belíssimas condições para assumir essa responsabilidade. Eu é que não vou ser protagonista desse filme”, vincou.
Quanto à solução governativa que o país tem atualmente e que levou à aprovação histórica do Orçamento do Estado por parte do PCP, Arménio Carlos diz que essa aprovação foi "uma sensação boa".
Na sua opinião, a alteração da correlação de forças na Assembleia da República foi possível porque os partidos de Esquerda “perceberam que tinham uma oportunidade que não podiam desperdiçar, porque a maioria dos portugueses não os ia perdoar se não interrompessem o projeto do PSD e CDS”.