"A minha vida é atividade sindical. PCP precisa de rejuvenescer"

Arménio Carlos foi eletricista da Carris onde deu os primeiros passos na atividade sindical no decorrer da década de 80. Lidera a CGTP há quatro anos.

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Patrícia Martins Carvalho
24/02/2016 23:45 ‧ 24/02/2016 por Patrícia Martins Carvalho

País

Arménio Carlos

O secretário-geral da CGTP foi o convidado desta quarta-feira do programa ‘Grande Entrevista’ da RTP 3, durante o qual fez questão de sublinhar que ser “sindicalista não é profissão”, mas sim uma “opção”.

Por isso, garantiu, se lhe perguntarem qual é a sua profissão irá responder sempre que é “eletricista”.

Porque é que decidiu seguir uma vida ligada ao sindicato? A resposta é simples: “servir os trabalhadores que represento”.

Deixando o passado para trás e concentrando-se no futuro, Arménio Carlos assegurou que não está nos seus planos ser secretário-geral do PCP.

“Não é admissível. A minha vida é na atividade sindical. Sou militante com muito orgulho no meu partido, mas não me estou a ver em funções que não sejam de responsabilidade no movimento sindical. É por aqui que estou, é por aqui que vou ficar”, vincou.

Ainda sobre a liderança do Partido Comunista Português, o sindicalista afirmou que “tudo indica” que Jerónimo de Sousa continuará à frente dos desígnios dos comunistas. “No próximo congresso creio que não haverá grandes alterações relativamente à liderança”, afirmou.

Ainda assim, e deixando bem claro que é “definitiva” a sua decisão de não ser “protagonista do filme da liderança”, Arménio Carlos defendeu que “há muitos outros camaradas que reúnem condições [para liderar o partido]”.

“E acima de tudo nós precisamos de rejuvenescer. Quando chegar a altura [de substituir Jerónimo de Sousa] o partido tem vários camaradas com belíssimas condições para assumir essa responsabilidade. Eu é que não vou ser protagonista desse filme”, vincou.

Quanto à solução governativa que o país tem atualmente e que levou à aprovação histórica do Orçamento do Estado por parte do PCP, Arménio Carlos diz que essa aprovação foi "uma sensação boa".

Na sua opinião, a alteração da correlação de forças na Assembleia da República foi possível porque os partidos de Esquerda “perceberam que tinham uma oportunidade que não podiam desperdiçar, porque a maioria dos portugueses não os ia perdoar se não interrompessem o projeto do PSD e CDS”.

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