Paulo Ralha, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, afirma que os trabalhadores do Fisco continuam a ser alvo de investigações para apurar a que tipo de informações estão a ter acesso. Prova disso, refere, é que quinze dos 29 processos que ainda estão pendentes foram abertos este ano.
“Isto indicia a existência de uma Lista VIP mais alargada, pois quando são dados de pessoas anónimas os trabalhadores nunca são chamados para justificar nada”, afirma o presidente do sindicato ao Notícias Ao Minuto, revelando ainda que os processos a decorrer dizem respeito “a pessoas mediáticas, que surgem muitas vezes nos media, e que são pessoas da política, negócios e finanças”.
Este processo de “auto censura” que funciona como “um filtro do rasto informático” dos trabalhadores está a ter consequências graves entre os trabalhadores que têm medo muitas vezes de aceder aos dados, o que contribui para que não se esteja a proceder ao “combate à fraude fiscal”.
“Tem de haver livre acesso aos dados”, defende Paulo Ralha, sublinhando, ainda, que “num país livre” como Portugal “não há razão de existir” esta censura que “só beneficia os esquemas de fuga ao Fisco”.
Recorde-se que a polémica Lista VIP surgiu em 2014, altura em que se noticiava a existência de uma lista de contribuintes a que os trabalhadores não podiam aceder. Nessa lista, à altura, constavam nomes como o de Pedro Passos Coelho, Cavaco Silva, Paulo Portas e Paulo Núncio.
Mais de um ano depois, defende Paulo Ralha, essa Lista “não só não deixou de existir como ainda foi alargada”.