Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação do Governo de José Sócrates, defende que não se pode cortar tanto nem tão depressa sem ser através de “medidas cegas”.
“Cortar de um Orçamento para o outro 4 mil milhões é tecnicamente impossível a não ser por medidas cegas e transversais, que já foram tomadas, como cortar dois salários a todos os funcionários públicos”, afirma a antiga governante, em entrevista ao jornal i, frisando que “isso nunca seria uma medida associada a uma reforma do Estado”.
Para Maria de Lurdes Rodrigues, “se o País continua a precisar de diminuir o abandono escolar precoce e continua a necessitar de programas de formação de adultos, não podemos estar a falar de professores a mais”.
Na mesma entrevista ao jornal i, a antiga ministra da Educação afirma que “quando se acaba com a escola a tempo inteiro, quando se acaba com uma série de disciplinas, o que se está a fazer é diminuir o serviço público”. E alerta que “quando se anuncia a diminuição do número de professores, isso, em abstracto, não é uma medida de racionalização, mas uma medida de corte na despesa”.