Nascimentos registam pior ano de sempre

Os primeiros dois meses do ano fazem de 2013 o pior de sempre no número de nascimentos, com pouco mais de 14 mil bebés. Na edição desta segunda-feira do Diário de Notícias (DN) são vários os especialistas que alertam para os perigos que esta situação acarreta, nomeadamente “uma grande repercussão no decréscimo da natalidade” e “infertilidade”.

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Notícias Ao Minuto
25/03/2013 09:33 ‧ 25/03/2013 por Notícias Ao Minuto

País

Maternidade

Em Janeiro foram realizados apenas 7217 nascimentos, menos 306 que no mesmo mês do ano passado. Cenário idêntico em Fevereiro, com apenas 6340, menos 666 do que em 2012. A responsável da Unidade de Rasteio Neonatal do Instituto Nacional Ricardo Jorge, Laura Vilarinho, admite que “ainda é cedo para vermos a tendência, mas não se nota nenhum aumento” ou “sinal de recuperação”.

Portugal não atinge a barreira dos cem mil nascimentos desde 2009, e no ano passado só chegou aos 91 mil. “A crise e a situação económica têm tido um impacto muito grande. Já sem a crise, a natalidade baixou para números preocupantes. Além do adiar dos projectos de criação de famílias, temos o envelhecimento da população”, alerta João Silva Carvalho, presidente do colégio de ginecologia/obstetrícia da Ordem dos Médicos. A juntar a isto, acrescenta em declarações ao DN, o “desemprego jovem está a ter uma grande repercussão no decréscimo da natalidade” e “estamos a criar factores de infertilidade no futuro”.

Em média cada portuguesa tem 1,3 filhos, sendo que o primeiro nasce aos 29 anos. Por isso, “os grupos etários dos 30-34 e dos 35-39 anos têm uma importância cada vez maior, [mas] isso condiciona a fecundidade final”, salienta Maria Filomena Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa de Demografia, acrescentando que “os filhos adiantados não se recuperam. O tempo passa e são nascimentos perdidos, em relação às intenções dos casais”.

“Se continuarmos numa situação de elevada incerteza, desemprego e precariedade, muito dificilmente vamos reverter o declínio da natalidade nos próximo anos”, alerta a demografa.

Além destas questões, a quebra da natalidade também está a afectar a economia, designadamente nas vendas de alimentação para bebés que, segundo dados da consultora Nielsen, desceram 17,3% em 2012.

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