Português terá grande crescimento de falantes no final do século

Até ao final do século XXI, o português será uma das cinco línguas com grande crescimento e projeção no mundo, com 400 milhões de falantes, disse hoje Guilherme d´Oliveira Martins, administrador da Fundação Calouste Gulbenkian.

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Lusa
21/04/2016 ‧ 21/04/2016 por Lusa

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"A língua portuguesa vai até ao final do século XXI ser uma das cinco línguas do mundo que vai registar não apenas um grande crescimento, mas também uma projeção global, em todos os continentes", disse.

O responsável da Fundação Calouste Gulbenkian e presidente da mesa da Assembleia Geral do Observatório da Língua Portuguesa fez estas declarações durante o Seminário "Português, língua de cultura", na Casa do Alentejo, em Lisboa.

De acordo com o responsável, esta projeção é da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), sendo o mandarim, o hindi, o inglês e o espanhol são as outras línguas deste grupo.

"Até 2070, o Brasil será o país com maior crescimento de falantes do português e, entre 2070 a 2100, prevê-se que este crescimento seja na costa ocidental de África, em especial em Angola", sublinhou.

Segundo o ex-ministro da Presidência, Educação e Finanças, "as línguas ibéricas têm uma vantagem, porque vão se desenvolver como línguas nativas, ao contrário do inglês, que crescerá como língua estrangeira".

"A língua portuguesa não é uma língua uniformizadora, é uma língua de diversidade e de compreensão mútua. Falar de uma língua de várias culturas é justamente dizer que em cada continente a língua insere-se num contexto próprio", afirmou ainda.

"Vemos isso no Brasil, onde há várias perspetivas, várias leituras. Não se fala da mesma maneira em Belém do Pará e no Rio de Janeiro, mas há um património comum, há uma dimensão de diálogo que é extraordinariamente importante", acrescentou.

Também fez notar que a língua bem falada "não é uma tarefa de gramáticos, mas sim uma tarefa de cidadãos", sublinhando ainda que "a língua é sempre uma realidade viva".

"Hoje, as Humanidades terão um papel absolutamente crucial, até para responder à crise da sociedade em que nos encontramos", avaliou D'Oliveira Martins

"Transformar a informação em conhecimento e o conhecimento em inovação é, afinal, garantir a resposta relativamente aos constrangimentos que a crise financeira nos traz. Não será através de instrumentos exclusivamente financeiros que a crise vai se resolver, é através da valorização das humanidades, da criação cultural e da capacidade de nos compreendermos uns aos outros", sublinhou ainda o administrador da Fundação Calouste Gulbenkian.

 

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