"A ministra da Justiça decidiu pela admissibilidade do pedido de extradição do cidadão luso-brasileiro Raul Schmidt, detido pelos factos anteriores à data em que obteve a nacionalidade portuguesa", informou hoje o Ministério da Justiça em resposta enviada à agência Lusa.
A decisão de Francisca Van Dunem de aceitar o pedido de extradição de Raul Schmidt prende-se com o facto de os alegados crimes praticados pelo suspeito da Operação Lava Jato serem anteriores à aquisição de nacionalidade portuguesa.
O cidadão luso-brasileiro, detido pela PJ em Lisboa em meados de março, é suspeito no Brasil dos crimes de corrupção e branqueamento de capitais.
O despacho da ministra da Justiça pôs fim à fase administrativa do processo, transitando agora o caso para a fase judicial, no Tribunal da Relação de Lisboa.
A 22 de março, o Tribunal das Relação de Lisboa (TRL) determinou como medida de coação a prisão preventiva de Raul Schmidt, no âmbito da operação Lava Jato, que investiga crimes económico-financeiros na Petrobras, no Brasil.
Na altura, Raul Schmidt foi ouvido pelo juiz da Relação de Lisboa Agostinho Torres que determinou a sua prisão preventiva, depois de dias antes o sócio de um antigo diretor da Petrobras ter sido detido, no cumprimento de uma carta rogatória das autoridades brasileiras.
A PJ explicou então que "o detido foi investigado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal do Brasil por ter agido como intermediário de operações da Petrobras que levaram ao recebimento indevido de comissões no valor de vários milhões de reais".
A investigação da operação Lava Jato começou em março de 2014.