Este é um daqueles casos em que é verdade o ditado que diz: ‘Em casa de ferreiro espeto de pau’. Os inspectores do Trabalho estão a ser obrigados a pegar em vassouras e esfregonas para fazerem a limpeza diária das suas instalações. E, em algumas delegações, estes profissionais têm mesmo de levar de casa material básico como papel higiénico e sabonete.
“Nalguns sítios os funcionários estão a ser pressionados para limpar as casas de banho e os serviços de atendimento ao público. Noutros estão a juntar dinheiro para contratar alguém”, afirmou Carla Monteiro, membro do sindicato destes profissionais, ao jornal i.
No final de Março, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) informou os inspectores que os serviços prestados pelas empresas de limpeza cessavam e que não havia autorização para os renovar.
No entanto, no comunicado que enviou, a ACT reconhecia que a falta destes serviços apresentava “riscos para a segurança e saúde dos funcionários” e adiantava que tinha pedido uma autorização extraordinária para renovarem os contratos ao secretário de Estado do Emprego. Mas até agora nada foi autorizado. E ontem, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, proibiu, através de despacho, a realização de qualquer despesa sem a sua autorização.