Desde Janeiro, a PJ já investigou 50 situações de simulação de crime e dez eram queixas de violação e abuso sexual cujo inquérito revelou serem falsas. Apesar de não existirem estatísticas oficiais, os números preocupam as autoridades.
Os motivos das invenções das pessoas que se fazem passar por vítimas são variados. “Vingança, retaliação, justificar ausências… Uma vez deparei-me com o caso de uma mulher que disse ter sido violada e engravidado de um estranho, quando tinha tido uma relação com um amante e queria escondê-la”, conta o psicólogo Carlos Poiares, ao Jornal de Notícias.
Há, no entanto, casos muito difíceis de detectar. “Uma mulher faz uma queixa por violação, apresenta-se chorosa e relata muitos detalhes. Só após a perícia na medicina legal é que se consegue apurar que a história é inverosímil”, admite fonte da PJ.
A Judiciária conta com inspectores preparados e treinados para detectar sinais de mentira e inconsistência nos testemunhos das alegadas vítimas.
Segundo a lei, quem intencionalmente denunciar ou lançar a suspeita de um crime falso junto das autoridades pode ser punido com um ano de prisão, enquanto as acusações caluniosa ou as falsas declarações são puníveis com até três anos de prisão.